(..) às vezes na vida se faz necessário rompimentos com o cotidiano para que possamos ver melhor o sentido do que fazemos, ou a total falta de sentido. hoje por exemplo, poderia alegar coisas nobres, ou quase, mas o fato é que se tem ali adiante uma explosão de estrelas cadentes prontas para caírem em seu colo e uma preguiça cultivada ao longo da estada. preguiça de sofrer, preguiça de explicar a ironia do dia anterior, preguiça daquele olhar sacana que não foi alcançado. poderia ainda crer naquele futuro, escrever uma canção, começar uma dieta, nunca mais consumir material plástico, mas baby, isso é demais pra ela . prefere deixar assim, o dito pelo não visto como coisas que se perdem nos vãos das palavras [e tempos depois se tropeça nelas ou não]. a vida se degrada facilmente na rotina de tentar mantê-la funcionando, por isso a derrota pode ser a condição necessária para a consciência repousar em paz consigo mesma. vencer sempre pode ser um inferno....
*(re)lendo "Mito de Sísifo", de Albert Camus