terça-feira, 13 de janeiro de 2015

as quimeras e cenários da imaginação




e mais um ano se foi e eu ainda a pensar sobre o querer e o desejar. sobre Schoppenhaeur. sobre Freud. sobre Jung. sobre Caetano.  razão e emoção.   o impulso.  o pulso.  a vida e a morte. sobre escolhas. o que significa relacionamento ou ‘relacionar-se com os outros no novo século’. como as pessoas têm visto seus pares.  o espaço individual, o sobrenatural.  o olhar, os olhos que se tocam – essa indiscreta invasão sobre meu amor acústico. luz amarela e pouca intimidade de um luau a dois .vozes roucas de dizeres francos sussurros aeróbicos dum ouvido pro outro. ciranda de mãos silenciosamente curiosas. amor acústico meu. num quarto de hotel. desígnios.  perguntas silenciosas. os sentimentos ocultos.  os sonhos, os desejos, os impulsos, as opções.  a liberdade.   fantasia de Oz, fruto da minha imaginação.
o amor acústico faz tudo mansidão. imensidão. clarão de lua. inteiramente calmo e alheio do mundo  enfim!








' eu queria querer-te
amar o amor
construir-nos
dulcíssima prisão
encontrar a mais
justa adequação
tudo métrica e rima
e nunca dor...'

o quereres - cae veloso
.

sábado, 10 de janeiro de 2015

porque zumbe ou murmura uma coisa ...




     (..)entardeceu   e deixei escorrer nossas sombras pelas paredes cansadas.
todo dia, pontual a tristeza passa entre cantos e vãos. 
pelo chão ilusões exaustas. tapetes desgastados plenos de sentimentos remendados. 
pela janela o cenário é gris. 
saudades sem dono no parapeito do tempo....







sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

não caibo em mim, às vezes.





no salão de festas, até que o relógio  soasse, gritos e risadas e esconjuros agudos revoavam entre as paredes altas. cercadas pelo rebuliço, meninas se davam as mãos e, olho no olho, giravam giravam giravam até que cabelos e saias e pés ligeiros virassem um pião vertiginoso, rodopio ensandecido em torno das mãos apertadas, pacto suicidário selado pelo olhar elétrico, pelos olhares intensos e cúmplices e embriagados de duas meninas em redemoinho....









'eu amava a
possibilidade do novo
eu tinha um
medo tão grande
mas até
ter medo era novo.'

|oswaldo montenegro|