quinta-feira, 26 de maio de 2016

toda a carícia toda a confiança sobrevivem










ao som do silêncio a Alma ouvirá e poderá recordar-se 'aquilo que em ti viverá para sempre, aquilo que em ti conhece (porque é o conhecimento) não é da vida transitória'. a janela é um rasgão no tecido de pedra, por ela a luz entra , o olhar se expande e respira a casa no passar dos tempos, no abandono das gentes rasga-se o tecido que a sustenta. já não casa, já não janela, já não olhos por onde olhar e  ao ouvido interior falará : "perdoe o medo assim como quem 
se abstrai de uma agulha..."








quarta-feira, 25 de maio de 2016

luz que nenhum vento pode apagar e que arde





alguns dias nos deixam sem fala, sem verbo, colunas no teto do tempo. até que chega um filho despossuído pelo silêncio e derrete o monólogo já que para si mesmo a sua própria forma parece irreal (como o parecem, ao acordar, todas as formas que ela vê em sonhos).   a noite pinga, ganha o impulso das rotações e põe galáxias em comunicação na linguagem que descobre meteorito ensinando-lhe que quando deixar de ouvir os muitos, poderá divisar o Um - o som interior que mata o exterior .  a sua Alma sorriu ao banhar-se
ao sol da tua palavra.







conjuga um verbo 
que conheças 
no presente 
do indicativo, 
 soletra-o 
na segunda pessoa 
do singular
 ao meu ouvido, 
 dá-me qualquer coisa 
que me pareça eterno. 

 José Rui Teixeira

domingo, 22 de maio de 2016

traça e traduz



vozes
embargadas
perscrutando
labirintos
e abismos
escondidos
sonhos
descobertos
paraísos
e sentidos
resplandecentes
nos instantes
que cintilam
e tão rápido
se esvaem.