sábado, 26 de janeiro de 2013

diário dos mesmos pesares





«Sobretudo um dia virá em que todo meu movimento será criação, nascimento, eu romperei todos os nãos que existem dentro de mim, provarei a mim mesma que nada há a temer, que tudo o que eu for será sempre onde haja uma mulher com meu princípio, erguerei dentro de mim o que sou um dia, a um gesto meu minhas vagas se levantarão poderosas, água pura submergindo a dúvida, a consciência, eu serei forte como a alma de um animal e quando eu falar serão palavras não pensadas e lentas, não levemente sentidas, não cheias de vontade de humanidade, não o passado corroendo o futuro! O que eu disser soará fatal e inteiro!.»


Clarice Lispector, "Perto do Coração Selvagem"










[e se o coração sabe da mentira 
que a cabeça encerra,
o corpo sempre decide, 
a sós, por onde ir]






3 comentários:

Crista disse...

Coisa mais amada essa tua postagem!
O coração é sábio e o corpo, exigente.
Que teu final de semana seja intenso como a alma de um animal e então serás feliz!!!!
Beijão...

JP disse...

O coração ignoira sempre a cabeça. Por vezes não ignora o corpo....

Beijinho

Elisa T. Campos disse...

Uma postagem delicada e peculiar.
Ler Clarice é fascinante.

Vejo clarividência de alma em você.
Bjs.