A agenda não age por você,
anota uma ação para não esquecer.
A bússola não aponta um caminho certo,
só ajuda na localização.
A mãe não cria um filho para si,
o mundo fará parir o seu destino.
O carro não guiará sozinho,
mas as viagens lhe trarão mobilidade.
O avião não decola por ser leve,
suas asas que o sustentam no ar.
O amor não perde a direção,
paixão é o pior cão de cego que há.
A calculadora faz suas somas,
mas quem presta as contas é você.
A lavadora só lavará roupas sujas
se forem trocadas em miúdos.
A vida continua quando a morte deixa,
questão de saúde e sorte.
O pente induz a eletricidade estática,
não move um fio sem a mão.
O pênis só irriga até a cabeça se,
erguida, não falhar seu coração.
O tempo assa carne,
o pó da ampulheta salga o ser, bem passada.
A hora de viver já está programada,
os ponteiros são duas pontes.
A travessia se dá entre abismo e monte,
alcançará o que escolher.
A chegada será quando se der a partida
ou ao se puxar o gatilho.
Paola Benevides
3 comentários:
Ei amiga Margoh, eis um bom poema reflexivo.
Um abraço. Tenhas uma boa tarde.
Maravilha de poema,Margoh!! beijos,lindo dia! chica
É preciso ler e reler, mas é lindo, faz pensar. Tudo depende de nós, mas esse tudo não é nada fácil. "A vida continua quando a morte deixa", ou seja, cada dia é precioso demais. Amei! Beijo no coração, amiga Margot!
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