tive um tempo em que a esperança permanecia transbordando [com doses sutis de receio] enquanto suas palavras vazavam com perseverança vã. hoje não vou fingir superioridade e nem vitimismo, meu coração ainda bate, porém a solidão que sinto não tem a dor do apartheid nem do isolamento. é algo assim como sentir tédio no meio da torcida e ir pra casa como uma desenganada social ou um mamute que se perdeu do bando, reeditando a era do gelo. o que sinto tem a humanidade que vinga como uma flor à luz do dia, com pétalas e raízes aquecidas, brotando, crescendo e morrendo como um girassol de floração única, suspenso em seus próprios atos. é a solidão do ciclo de ser mais uma em campo, deitando sementes, como quem deita palavras, polinizando vazios como um exercício de beleza. e se um dia conversar com um anjo, pedirei pra que ele dê uma volta junto a mim, e não direi mais nada, sei que ele se encarregará de mostrar o que me torna tão diferente...
11 comentários:
Seria uma solidão "só com só"...
é muito bom, propicia meditação!
Lindo texto: um "introspectivo" compartilhado...
Beijos, Margoh,
da Lúcia
Sensibilidade a toda prova.LINDO!beijos,ótimo dia!chica
Oi florzinha,
... linda entrada com um ar de juventude,
e os sussurros chegam de mansinho invadindo a alma_ que bom um tête-à-tête nessa minha volta a sua casa,
beijos margoh
Sensível, mais me parecendo um "grito" à liberdade da decisão. Gostei muito de ler
Deixo cumprimentos
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Querendo, visitem-me
http://pensamentosedevaneiosdoaguialivre.blogspot.pt/
a diferença entre as pessoas é que faz a diferença na vida.
ao contrário do que diz a (linda) canção, chato seria se todos fossem iguais. Eu fico com os franceses, "vive la difference".
Oi querida,
Nós temos que ser diferentes, pois se fôssemos todos iguais seria uma equação chata.
Quem ama, ama com intensidade o diferente.
Obrigada
Beijos
Lua Singular
Seu blog é um dos poucos que sigo no qual não há foto no perfil. Interessante é que vamos conhecendo, pouco a pouco, pelas palavras postadas, o jeito de ser de cada um. Aqui não vejo o rosto, mas posso sentir a aura.
Beijos
Margoh, amiga querida. Também tenho me sentido assim. Solitário na torcida de um time de futebol preferido. Sua postagem me chama a atenção e me proporciona um "estalo cerebral" para sair disso:
Tenho que ser mais cara de pau. Ser mais entrão; falar mais; parar mais os outros na rua para puxar assunto ou perguntar as horas; dizer um BOM DIA vibrante e saido do fundo do coração a todos que encontrar;...enfim, tenho que irradiar a alegria que está aqui apertada no meu peito. Agradecer por estar ativo e torcer para não me tornar môrno.
Um beijo com carinho no seu coração,
Manoel
Uma boa questão - o que pediria eu a um anjo?
Confesso que não sei.
Olá!
superioridade e Vitimismo foram as armas dos racistas que impuseram o apartheid, infelizmente com o apoio da comunidade portuguesa.
Com toda a certeza que numa esquina qualquer, sem esperar vai aparecer um anjo com quem vai conversar, este, sem rodeios e atrasos, vai-lhe oferecer todos os girassóis lindos, permanentemente repletos de felicidade que se junta á sua.
Abraço
ag
O que a torna tão diferente... são os seus sentimentos que são só seus e que ninguém vai consegui penetrar.
A paixão e a emoção misturada com solidão e introversão se tornam grandes aliados para se escrever versos, musicas e tentar entender os nossos sentimentos.
Um abraço carinhoso
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