segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Rasgar o ventre do asfalto








tirar os sapatos
 despir o urbano
passar os olhos sem pressa
pelo transparente desafio do mar


       sentir o perfume do mato
      ouvir os sons do silêncio
       e lentamente me infiltrar na água

     ao invés de âncoras,
        lançar de volta as raízes

 onda viva onde
    anda a manhã

             em casa.


9 comentários:

José Carlos Sant Anna disse...

[o equador na prancha,
a cintura delgada
na fita métrica
e o poema
escoando pela onda
do estro
deste salmo encharcado
de lassidão fauniana]

Beijos, Margoh!

Liza Leal disse...

Saboreio de cá, sentindo o toque das águas...

Simplesmente lindo!

bjo Mar goh!
=)

Benno disse...

o mar
onde meu corpo mergulha
é o mesmo
o ar deste teu dia é o mesmo que respiro
definitivamente não estamos distantes
a palavra tem este poder (e o oposto)
de aproximar

chica disse...

Lindo,Margoh!!bjs, tudo de bom,chica

Arco-Íris de Frida disse...

Sentir o perfume do mato... é de que mais gosto...

Canto da Boca disse...

Belas e abundantes metáforas, é esse seu olhar poético que ressignifica um mundo que nos parece tão óbvio, mas que aqui é sempre seminal...

Beijo!

;))

Larissa Bello disse...

Sinto um clima de verão suave nos seus últimos versos. O mar é mesmo mágico e tem a força de levar todos os males.

Bjos!

Pedro Coimbra disse...

Olhar para a foto, com o frio que se faz sentir em Macau, fez-me ficar com inveja

lis disse...

... procurar flor pelas ruas urbanas.
prazeres simples margoh
e indescritíveis !