terça-feira, 19 de agosto de 2014

amor se esconde em verbos, em credos, em acordes e tons debochados


(..) a  porta vai bater nesse instante nesse instante a porta já bateu. não era tão difícil prever. mas a verdade é que não conseguiu conter o espanto,sentada no sofá o corpo mal cabia, extremidades grandes demais e  todos esse vícios de linguagem... nesse vazio da sala que lhe esconde, ela põe Chico pra habitar a vitrola, quem sabe ele chega na próxima nota, ou no próximo vinil que  tirar da estante. quem toca o amor na sua estação de rádio traz na boca poesia impulsiva e certa dos sentimentos que guarda. ele, que é riso em sussurros distantes e traz no abraço braços que ainda não lhe cabem, mas que depois de um longo tempo de solidão lhe fazem pensar em ficar. ela pensa em abrigar seus medos e preencher seus olhos, com as cores que criou enquanto compunha uma nova canção, insistentemente estranha que falava sobre solidão a dois....Amor se esconde na gente e a gente quase não consegue enxergar que ele dorme na nossa cabeceira. 



[mas,triste mesmo é ir dormir com o par de meias e acordar 
só com uma]

9 comentários:

Dilmar Gomes disse...

Mais um texto bem escrito, amiga Margoh. Um abraço. Tenhas uma linda tarde.

Unknown disse...

Olá Margoh,
belíssima descrição do que é o (des)amor; os contratempos do amor; os sons do amor nas músicas que mudam a letra e os acordes, mas onde a conversa mantém-se a mesma; o bater porta do amor, porque o amor também nos bate a porta e sai pelo mundo sem querer seu amor atrás.
Difícil de entender? Pois...
bj amigo

José Carlos Sant Anna disse...

O amor se metamorfoseia
é bom vivê-lo em todos
os quadrantes
e instantes
como os animais o fazem...

Beijos, Margoh!

Cidália Ferreira disse...

Um texto que deixa encantado quem o lê, gostei muito.


beijinhos

http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

chica disse...

Tive que rir...Tanta poesia nas palavras e ao final, lembras das meias...Belo paradoxo! bjs,chica

Maria disse...

Amei...saudades de passar por aqui Margoh!!!
Beijinhos
Maria

Rose Sousa disse...

Amiga Poetisa, que pérola! Sua poesia é um tom debochado de maestria e beleza em versos! Um grande abraço do http://rose-sousacoracaodefera.blogspot.com.br

A primeira estrela disse...

Esse tal de amor é um danado mesmo, viu. Só vive arrumando confusão. Em todo canto fala-se dele. Mas que falem, nunca estarei farta!

Arco-Íris de Frida disse...

Por Chico para tocar... é assinar um atestado do amor desamor... enquanto Chico toca... nos ausentamos de nos mesmos, e habitamos no outro...

"Trocando em miúdos, pode guardar
As sobras de tudo que chamam lar
As sombras de tudo que fomos nós
As marcas de amor nos nossos lençóis
As nossas melhores lembranças"

Beijos...