quinta-feira, 28 de agosto de 2014

se isso me torna superficial, paciência.




em passos naturais ia pela orla a fora. podia ter esperado por uma carona.  para quê? meia hora de caminhada só lhe faria bem. ficou satisfeita de pensar que fez a melhor escolha. a acertada. sentia o mar  sobre os seus pés, ainda lutando contra o sol  da manhã. mas, sobretudo, sentia aquele vento fino e refrescante. fez-lhe lembrar a aragem da serra. fez-lhe lembrar os relatos da infância da sua vó, quando ela dizia que em plena calçada quente andava descalça, porque naquele tempo não havia dinheiro para sapatos. achou invulgar o vento naquela manhã. o seu cabelo, que havia lavado antes de sair de casa, já estava em completo desalinho e ondulado pelo vento. não se importou. o sol não a incomodou. o vento não a incomodou. nem mesmo o fato de que por um descuido seu tivessem levado sua bolsa com teus pertences. estranhamente . com olhos miúdos pelo sol, lamentou pelos óculos que deixava o seu céu mais azul.

o dia despertava agitado. ela despertava
 para a vida sem temores.



5 comentários:

Pérola disse...

Uma narrativa de pessoas para quem a vida se olha nos olhos.

Com a tua magia à mistura, fiquei enfeitiçada.

Beijinhos

Cidália Ferreira disse...

Um texto me gostei de ler.

Beijinhos

Coisas de Uma Vida 172

Maria disse...

Gostei muito!!!
beijinhos
Maria

Maria disse...

Gostei muito!!!
beijinhos
Maria

Arco-Íris de Frida disse...

Gostei da realidade que o texto me passou...

Beijos...