
(...) num torto direito, as frases, que tantas vezes (re)escrevi , eu vi soltas nas tuas mãos [melhor dizendo, distraidamente penduradas nos teus dedos frios]. fecho os olhos e obrigo-me a sentir os pés firmes no chão, aperto os lábios na certeza de amordaçar as palavras e respiro fundo. mas, não tem jeito, o que me vale é na emoção desfilar, sem deixar de extrapolar[e esbanjar] minhas virtudes mais intensas. como num flash, dando-me a mão eu acompanho o teu movimento, com a leve esperança de sentir o mundo dentro de mim. tu balançavas o corpo num andar despreocupado e sorriu entre suspiros [perguntei-me se isso significaria que estavas feliz]. procurei o teu olhar, mas há tanto ainda para ver, tanto que os meus olhos querem absorver... de olhos fixos no horizonte, espalhas os teus sonhos pelo caminho que ainda percorro contigo, e olhas para longe, tão longe, que não me vês mergulhar de mansinho na paisagem e desaparecer entre o sol e a noite. eu, guardo um sorriso para ti e vou. acordei sorrindo.