quinta-feira, 6 de novembro de 2014

te sinto no silêncio de dentro




por onde eu vou levo meu tempo imaginário, suas histórias e a certeza de que o tique taque do relógio avisa que alguns sonhos se concretizaram e outros ainda estão sendo moldados. na verdade eu jamais teria coragem de te contar quantas vezes já me surpreendi fazendo planos e te colocando neles. eu até escolhi os sapatos, e nunca te contaria que eles seriam azuis. eu também não poderia te contar que procuro teu cheiro em quase tudo e que adoraria te ver comendo melancia, sentado na grama em um dia de verão. imagine se eu te contasse que desenho teu rosto no meu travesseiro?  e  se tu soubesses que já colhi flores pra ti, só que deixei no vaso da minha mesa. ficou lindo, estavam comigo; eram minhas. e cada dia que passava, perdiam vitalidade, por fim murcharam. se eu às tivesse deixado como faço contigo, elas ainda estariam lá. ainda seriam belas e poderiam me amar por isso porque  jamais te contarei. nunca te murcharei. nunca te terei. nunca te perderei. esperar torna-se então um refúgio, um lugar seguro, sem riscos; 
um sentimento sem sentimentos...




terça-feira, 4 de novembro de 2014

Tens pressa de viver?


basta de contagem (de)crescente e  palavras ansiosa. por hora vou me dedicar às coisas que fazemos sozinhos, aquelas que pedem quietude e delicadeza. nada muito grandioso, apesar o pulsar dos pequenos gestos que não exigem esforço, não alteram minha respiração nem meus batimentos cardíacos...enjoei dos riscos, das perguntas sem respostas, das incertezas que dependem de um sim, da afirmação que abre espaços inseguros, porque na hora H as ondas se movem e a vida não cabe na garrafa. a vida é um licor que transborda. hoje parei as horas de angustia. quero mais
calma na alma.