quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Então depois do medo vem o sossego





percebo no rito
o meu grito contido
o meu vulto marcado
num cântico calado.
percebo no grito
o meu rito inserido
no cântico calado
do meu vulto marcado.
e me perco no silêncio
e no ranger
da porta do quarto
quando a lua
invade a penumbra
e o meu corpo
se desfaz...


apenas sob meus pés e pele






Eu disse, à criatura sedenta dentro de mim,
que rio é esse que desejas atravessar?
Não há viajantes na estrada que leva ao rio, e não há estrada.
Vês alguém caminhando junto à margem, ou se abrigando ali?

Não há rio algum, nem barco, nem barqueiro.
Não há corda atada ao barco, nem alguém para puxá-la.
Não há chão, céu, tempo, banco de areia ou vau!

E não há corpo, nem mente!
Acreditas que existe algum lugar capaz de aplacar
a sede da alma?
Nessa grande ausência, nada encontrarás.

Sê forte, então, e penetra teu próprio corpo;
ali tens um lugar sólido para os teus pés.
Pensa nisso com cuidado!
Não te desvies noutra direção!



Kabir diz isto: apenas te desfaz de todo
 pensamento sobre **coisas imaginárias
e te mantém firme sobre aquilo que és.

—–

O poeta místico Kabir viveu na Índia de 1440 a 1518.




**aqui usado no sentido de ilusão



terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Doçura é a maestria dos sentimentos

.








me acostumei a dubiedades, 
a paradoxos, 
à margem de manobra 
que a incerteza dá
cultivo o sorriso
no meio da tristeza

 e celebro todo dia o meu direito de ser boba...