sábado, 23 de fevereiro de 2013

Dos reflexos condicionados





Por Quê. Ao mesmo tempo que se pergunta obsessivamente por que não é amado, o sujeito amoroso vive na crença de que, de fato, o objeto amado o ama, mas não lhe diz.

'... mas por que afinal você não me ama? Como pode alguém não amar este eu que o amor torna perfeito (que dá tanto, que faz feliz, etc.)?'

'(Eu te amo torna-se você me ama. Um dia, X... recebeu orquídeas anônimas: imediatamente alucinou-lhes a origem: só poderiam vir de quem o amava; e quem o amava só podia ser quem ele amava. Somente após longo tempo de controle é que consegue dissociar as duas inferências: quem o amava não era forçosamente quem ele amava.)


fragmentos de um discurso amoroso
Roland Barthes



[o amor não é desculpa para desistir]


Vida real (Dejame ir) by Djavan on Grooveshark

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Aquietar um pouco a vida


レo√乇 ღ





Nunca veja o mal em ninguém, veja o bem.
Mesmo quando o mal for demasiado, tente encontrar o bem.
Porque é impossível se encontrar um homem que não tenha nenhum bem em si.

E o que quer que você veja, cresce em você


Osho










Uma canção:

´é mais fácil viver
de sombras que de sóis
´é mais fácil
mimeografar o passado
que imprimir o futuro´


Minha Casa by Zeca Baleiro on Grooveshark



quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Então depois do medo vem o sossego





percebo no rito
o meu grito contido
o meu vulto marcado
num cântico calado.
percebo no grito
o meu rito inserido
no cântico calado
do meu vulto marcado.
e me perco no silêncio
e no ranger
da porta do quarto
quando a lua
invade a penumbra
e o meu corpo
se desfaz...


apenas sob meus pés e pele






Eu disse, à criatura sedenta dentro de mim,
que rio é esse que desejas atravessar?
Não há viajantes na estrada que leva ao rio, e não há estrada.
Vês alguém caminhando junto à margem, ou se abrigando ali?

Não há rio algum, nem barco, nem barqueiro.
Não há corda atada ao barco, nem alguém para puxá-la.
Não há chão, céu, tempo, banco de areia ou vau!

E não há corpo, nem mente!
Acreditas que existe algum lugar capaz de aplacar
a sede da alma?
Nessa grande ausência, nada encontrarás.

Sê forte, então, e penetra teu próprio corpo;
ali tens um lugar sólido para os teus pés.
Pensa nisso com cuidado!
Não te desvies noutra direção!



Kabir diz isto: apenas te desfaz de todo
 pensamento sobre **coisas imaginárias
e te mantém firme sobre aquilo que és.

—–

O poeta místico Kabir viveu na Índia de 1440 a 1518.




**aqui usado no sentido de ilusão