quinta-feira, 30 de maio de 2013

Alinhava o verso










(..) o tempo vai cicatrizando as  feridas . e só muito mais tarde soube, pelo voo inquieto dos pássaros e pelos latidos do cão vizinho  que te espreitava, que o teu caminho não estava ainda encontrado, embora parecesses ter chegado quase à tona do labirinto.    a minha mais perfeita medida era o aperto do coração, esvaziado de outros sentires, que outrora apenas batia ao compasso do teu, como se um novo parto nos unisse outra vez e fôssemos só nós a decidir por que luta se morre ou se nasce.  
preferiria que o amor vencesse sempre.






´é uma luta fantasma
vazia, contra nada
não diz a coisa, diz vazio,
nem diz coisas,
é balbucio.´
João Cabral de Melo Neto



quarta-feira, 29 de maio de 2013

No centro de um infinito

.
  (..) os meus dias anoitecem devagar e se aconchegam na escuridão da noite. mas ás vezes, apenas por um momento, a vida pára.    para nesse instante eu poder ser tudo.  sentir tudo. qualquer coisa que tenho em mente pode, de repente, tornar-se real.  talvez me aches estranha, ou nem sempre esteja suficientemente atento para notar o que esta acontecendo comigo. esmiuço: é um intervalo no tempo, suspenso, que se limita a acontecer, não acontecendo.   isento de coordenadas.  flutuante no vazio. onde habitam todas as possibilidades, todas as hipóteses, todas as escolhas.  hoje, num batimento mais descompassado da hora, encontrei-me lá. no centro de um infinito de perspectivas, esperanças e probabilidades.  
é um tempo que gosto de ter.











[anoitecida pelo silêncio....aqui ]