sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

E aqui só vírgulas restauram o fôlego....








0 horóscopo diz "às vezes é bom ficar apenas assistindo aos malabarismos da mente. como se fossem o tráfego numa estrada, ou ondulações na superfície de um lago . Alguma coisa maravilhosa pode estar  despontando no horizonte, e  assim você tem exatamente a qualidade da inocência feliz e da lucidez, para recepcioná-la de braços abertos". Acho que – às vezes –a gente tenta ir mais fundo a cada mergulho só pra aumentar aquela sensação de alívio ao voltar à superfície....







quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

líquida, provoca a sede


kesler tran







As ondas continuaram a quebrar na praia com a brisa do oceano, chegando a cobrir seus tornozelos.  enxugou os olhos, seus dedos estavam úmidos com as lágrimas, mal conseguia disfarçar. sentia que memória é água profunda, com correntes estranhas que te trazem de volta o que andava no fundo e te jogam na praia náufragos pálidos, sobreviventes que mesmo com as cores lavadas mantêm sua força, seu viço, seu gosto. 0 que os olhos não vêem teu coração vai rever com os mesmos olhos, quer queira, quer não....




quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Nos ares certos do tempo...





  e em noite de
lua cheia
ela
delirava
com
o
corpo dele
em pele
depois
 lotada de
 leveza
 visitava seus
      poros












0 meu amor
 é tudo que, 
morrendo,
não morre todo, 
e fica no ar, parado.
Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Estas reviravoltas não são raras....







Nas frestas da cidade pairam estórias em aberto, o mel grosso de mil vidas embebendo os poros da esponja imensa. Na varanda, não sei bem a propósito de quê, pus-me a rir de mim mesma. Devia estar no ultimo instante de lucidez, preparando-me para o Dostoiévski - Noites Brancas [já não sei]. Sei que olhei para o céu, pensei que estava fabuloso, com aquelas nuvens em fundo azul que só acontecem à noite, e depois pensei: pensei o quê? Não me lembro. Vivo uma vida isenta de pensamentos dignos de memória.  Acontece que agora não corro para nada, não insisto, não me faço acontecer. Fico o quanto me apetece e depois vou, sem saber se volto, pensando nisso depois, mais tarde, noutro lado qualquer...
O mundo é uma brecha, um esplendor, um redemoinho.