sábado, 28 de dezembro de 2013

renovo meu voto por aquilo que não tem escolha


kesler tran




há um vento que eu saboreio  a vida inteira, ele limpa meus olhos mesmo sem haver poeira à vista. No seio de calmarias ouço seu sopro, seu sussurro e ele embala mansinho meu coração em suspenso. Assim, deixei-me crer que os mil descaminhos me trouxeram a salvo, que as esperas insanas foram indispensáveis para o timing perfeito.  0 coração fareja paraísos se abrindo aos quatro ventos. milagres de verdade têm efeitos retroativos... 




sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

0 que mais aquece o coração


kesler tran







quando a vida
se torna demasiadamente monótona,
há que ter uma bocado
de ternura.










[... coisa que depois de muito tempo
a gente possa olhar e sorrir,
mesmo sem saber por quê. ...]




quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Detalhe inevitável: a mágica apaga a memória.








Ela gosta de devaneios. Levitar no infinito, entre o nada e a eternidade, assim, sua alma está conectada a todas as outras entidades do Universo, as infinitamente grandes e as  pequeninas também.  O processo é este: jogar uma moeda no poço da  memória prestando atenção nos sons e ecos à medida que ela ricocheteia ao despencar silêncio adentro. Lembrar dos desejos  com detalhes [é assim, ou pelo menos era pra ser]. Ela quer tanto algo enternecedor e as memórias com toda a sua beleza lhe crava um enigma no peito, no jeito, nos gestos. Porém, pode estar enganada. Pode estar sendo enganada. Pode ser o inverso: seu avesso se lança aqui fora e engole as moedas, as rumina, saboreia, e joga de volta sons de deleite. Ela precisa ver estrelas no céu da boca, sambar devagarzinho ou então achar cinquentão no bolso. Ela precisa de surpresa !