quarta-feira, 18 de junho de 2014

Entre página. Entre solidão.











suspirou três vezes como quem faz o sinal da cruz no ar. quando se alongam os dias e os silêncios, ela se ausenta, pra se sentir inteira e não atingir medidas. queria  uma certeza pra toda dúvida. janela acesa em noite escura. cais onde aportar. bonança, depois da tempestade. uma vida a costurar na sua, com o fio comprido do tempo. porem  há a ventania que fere os cantos mais sensíveis. e fere até os brutos, [se duvidar são os brutos que se deixam ferir por não serem tão brutos assim como pensam]. cantos que guardam amor e juntam esperas. os corações nesses cantos batem descompassados porque têm motivos pra bater assim. e, na essência, cada canto guarda um céu.








"por vezes,temos de ser desembrulhados
para percebermos quem somos realmente."

in "A Prenda"

terça-feira, 17 de junho de 2014

Todo o poder tem pés de barro



´quem só tem o espírito da história
não compreendeu a
lição da vida
e tem sempre de retomá-la.
é em ti mesmo que se coloca
o enigma da existência:
 ninguém o pode resolver senão tu!´


Friedrich Nietzsche





[ dormir é  resposta
para que as coisas
deixem de existir.
eu desapareço sempre que fecho os olhos]



segunda-feira, 16 de junho de 2014

A memória gira em falso








às vezes me distraio.
nunca sei se é distração, esquecimento, boa vontade
nisso sou salva,
a repetição indesejada
logo mostra
sua impossibilidade.

[me repito para não esquecer]

e ainda tem o sentido de percepção interior, que nos impressiona com uma vida subjetiva de dimensões insondáveis....

[nessa também temos capacidade de intervir]

com tanta coisa disponível, é de se admirar que me convenças de ser possível haver tédio...

não há caos  não!

o que há são muitas músicas,
mais músicas do que somos capazes,
músicas que se entrelaçam e se sobrepõe, e
 que ecoam e que voltam...

tento febril registrar em sinfonias inacabáveis aquilo que me toca mais fundo.



mas vou até o fim....[aqui]



sábado, 14 de junho de 2014

no fim da tarde




nas voltas que o mundo me dá
me giro assim devagar
ora sou toda tempo
noutra espaçamento
ninguém vê o que deliro
irei quando o sol tocar-me o rosto e
ventar um vento bom de
amanhecer dia