sexta-feira, 24 de outubro de 2014

nos desertos - íntimos, insuspeitos -






um ruído surdo, confuso.  imperceptível
durante o dia,
enche toda a
 penumbra noturna
viam-se
com as pontas dos dedos
com o eco das vozes









quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Ter fé e ver coragem no amor...







não gosto muito de ter certezas. gosto das surpresas que agitam o caminho. não somos folhas brancas, [aquela metáfora era mesmo péssima]  ninguém vaga totalmente vulnerável por aí, esperando a ação de outros. as pessoas têm escolhas. podem aceitar ou recusar a ideia de que precisam ser melhoradas e têm a decisão final de deixar essa função para outros ou não. no fim, todo mundo que passa pela nossa vida realmente deixa um pouco de si, mesmo que seja a certeza de que você quer ser o exato oposto daquilo. mesmo que a oportunidade de ver que tipo de pessoa você realmente quer ser. é possível escolher quem te magoa nesse mundo, assim como é possível escolher ser e quem te conserta. a melhor coisa é quando alguém escolhe a si mesmo. mas se você quiser entre o sim e o não tem sempre um segundo de poesia...




quarta-feira, 22 de outubro de 2014

esta manhã não lavei os olhos




0 sol dos sonhos derreteu-lhe as asas
E caiu lá do céu onde voava
Ao rés-do-chão da vida.
A um mar sem ondas onde navegava
A paz rasteira nunca desmentida...

Mas ainda dorida
No seio sedativo da planura,
A alma já lhe pede, impenitente,
A graça urgente
De uma nova aventura.

Miguel Torga
(in Poesia Completa,
vol. II)






[bati na
porta da vida
e disse-lhe:
não tenho medo
de vivê-la]



hoje o dia é só meu! ♕ ♔