terça-feira, 21 de junho de 2016

por isso não há paradoxo ou ironia



um dia frio de domingo teve um êxtase. foi diante do mar tão calmo que no olhar ela nunca poderia abraça-lo. a graça e o jeito eram tão fortes e visíveis que pareciam saltar das formas . ela se sentia em uma espécie de êxtase (des)controlado.de uma forma nunca antes experimentado. mas apesar do êxtase ela conseguia correr. sim. o misterioso mar de todos que ali estavam lhe dava às vezes um estado de graça. feliz, feliz, feliz. ela de alma quase voando (e também vira gaivotas) tentara contar a ele mas não tivera jeito, não sabia falar e mesmo contar o quê? o êxtase? o ar que lhe preenchia e lhe ultrapassava? não se conta tudo porque o 'tudo' é um vão inexplicável. as vezes a graça a pegava em pleno despertar....






sexta-feira, 17 de junho de 2016

afinal somos feitos de regressos





não dormia sem procurar o amor, sem beijar na testa a noite que acabava serena e exausta como ela.   e se te consome o frio, quando assola, seja meu o cobertor do teu aconchego. a salinidade imaginária dá um alento redobrado ao mel dos nossos sentidos.
no que é que eu acredito?  no mistério do amor, sendo maior que a morte e mais leve que o sono. amanhã alegro-me de novo. imagino o sol, jogo o espelho e recomeço a ir ao teu encontro...



terça-feira, 14 de junho de 2016

O lento acordar das vozes submersas






dentro de si todo o possível se eterniza, vive sempre mais que o realizado. o inverno a deixava inquieta. ficar fechada em qualquer ambiente a angustiava, precisava de uma brecha para respirar. saiu a caminhar e de rosto em rosto a si mesma procurou e só encontrou a noite por onde entrou finalmente despida, a insanidade acesa e fria iluminando o nada que tanto procurava....