quinta-feira, 9 de junho de 2016

o que eu vejo quando olho ?


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nos lugares retorcidos da minha mente é produzida a mentira, que surge com sabor de protetora, nela me acomodei tantas vezes e me tranquilizei.  sim, encontrei proteção no que é temporário (mas o caminho para o centro não é reto nem é longo nem é algo que se ensine). é por isso que nos rodeamos com o meio ambiente que queremos. e queremos para proteger a imagem de si mesmo que temos feito. as emoções que mais me ardem , são as que julgo mais absurdas , a ânsia por a ânsia de coisas impossíveis ( porque são impossíveis), a saudade do que nunca houve, o desejo do que poderia ter sido, a insatisfação da existência do mundo. situações e coisas que nos fazem acreditar que somos parte do lugar onde pensamos estar porém o caminho para o centro é deslize, é tropeço, é não se dar conta de como se chegou lá. o caminho para o centro passa por onde o chão desaparece sob os pés. é estar naquele que percebe ao invés de estar no que é percebido....






'nascemos, e nesse momento
é como se tivéssemos firmado
um pacto para toda a vida,
mas o dia pode chegar
em que nos perguntemos
quem assinou isto por mim.'

ensaio sobre a lucidez
- José Saramago

2 comentários:

José Carlos Sant Anna disse...

Íngreme,
estreito,
vertiginoso
é este caminho.

Beijos, Margoh!

Suzete Brainer disse...

Belíssimo e profundo Olhar!!

Beijo.