sexta-feira, 19 de junho de 2015

Na vida não há neutralidade







0 outono me  mostra que as lindas visões que inundam a minha alma com entusiasmo e ternura não são minhas em particular, circulam pela alma de nossa humanidade. Ganhará quem tiver coragem e empenho suficientes para concretizar essas visões.
Acredito que somos energia, sendo a matéria um mero invólucro, que serve para carregar as limitações físicas que atraímos para poder trabalhar as nossas fragilidades.  É uma boa estaçao para  diluir, deixar que cada coisa aconteça quando tem de acontecer. É saber que tudo no Universo tem um tempo propício, e que a gente  não deveria bloquear o que está para acontecer. As pessoas não se diluem em emoções adversas, ficam zangadas, ficam com raiva, culpam as outras, ficam endurecidas, e continuam as suas vidas com um nó no peito, provocado por emoções que se recusaram a aceitar. Eu, se alguém de quem gosto me faz mal, por exemplo, eu choro. Choro de tristeza por ter atraído alguém assim, que é tão infeliz ao ponto de magoar quem lhe quer bem. Só isso. Só assim  sinto que irei diluir na própria emoção que sinto, e nunca, nunca bloquear uma dor. Aos poucos vou me  habituando à ideia de que a vida traz emoções alegres e tristes, e que tudo flui se não deixar escapar nada.  O amor não precisa de nenhuma referência – esta é a beleza e a liberdade do amor.  Sentir, sentir, sentir...

terça-feira, 16 de junho de 2015

Qualquer falta diminui sentidos




Santificado seja o dia de....

correr demasiadamente alegre  através 
de uma planície verde salpicada de flores.
ouvir o som dos rios que correm para o mar, saborear-lhe os segredos
e dormir tranquila sobre as águas azuis penetradas
pelos reflexos de um sol na hora da partida.
ouvir os sons da felicidade ainda que apenas por alguns instantes.
saber que o meu pensamento se cruza e descruza
em alguma parte no Universo como se
de uma *dança de fitas se tratasse.
saber que há uma continuidade inexplicável na existência dos sentimentos.
querer, saber que sou capaz de querer.
ter, ainda que por momentos.
sorrir como uma boba, sorrir por tudo e por nada.
dar, dar o que tenho e o que invento.
levar-me no céu da felicidade.
ser Eu
e apenas leve.....

[ lindo demais este vídeo,  fica mais ainda se visto em tela cheia.... aqui ]




*Dança de fitas : 
um mastro, enfeitado 
com flores e guirlandas 
e de cujo topo partem
 fitas multicoloridas, 
tantas quantos forem os participantes 
formando interessantes desenhos 
pela intercalação das cores.
tradição muito antiga, dos povos arianos, 
trazida ao nosso país pelos portugueses e espanhóis.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Apreciar as pessoas em silêncio pode ser bom...





Perto de mim sempre chega alguém para falar de amor. querem saber por que ou em que momento o encantamento inicial termina, ficando o companheirismo, a parceira na educação dos filhos, o hábito ou, até mesmo, nada. Como  todo mundo, me encantei e desencantei muitas vezes e antes achava que meu encantamento estava mais relacionado às pessoas por quem me apaixonava do que a mim mesma – aquela história dos príncipes, sabe? Com os anos aprendi a abençoar meu passado, tudo que me trouxe até aqui e agora. Abençoar as agruras. Abençoar as alegrias, pois estou em pé  diante de inúmeras possibilidades de renascimento. O amor é milagreiro. Eu acredito.




domingo, 7 de junho de 2015

No encontro vazio do que não mais tinha




o fim da noite de um grito emudecido
gotas esfaceladas de chuva
cantam certa falta
ensaiam uma querença
há tristeza...
saber do sentimento
não deflagrado
do olhar que tremula
na água.

no silencioso som
  da lágrima caída,
     mergulha a imagem
         no reflexo partido